quarta-feira, 12 de julho de 2017

Ilusão. Amor. Insegurança.

 Todos os três fazem parte da minha maldição. São veneno. São rancor. São amor. São tanto no tão pouco que eu sou.
 Tudo começou bem devagar com algo externo a vocês os três. Rapidamente quebrado. Apareceste tu. Aquele a quem deixei de dar importância há tanto tempo. Aquele que, derivado às voltas (infortunas) da minha vida, apareceu de novo. Foste novamente um erro. Fui eu que errei. Não me lembrei do que eras. Tenho esse defeito de perdoar e esquecer. Ou de não esquecer mas deixar de dar relevância ao erro. Há quem diga que acredito demasiado nas pessoas. Tu, definitivamente, não és uma das pessoas na qual valha a pena acreditar. Desisti.
 Depois de ti, da primeira vez de ti: outro. Tu. A ti nem te sei descrever. Roubaste-me o coração de tantas formas. Sempre tive a mania de dar tudo de mim, mas contigo foi diferente. Não sei o que de ti era meu, nem sei o que me fez ser tão tua. Ainda hoje guardas um bocadinho meu em ti, porque em mim ele não está. Foste o mais e o maior, apesar de agora, como não és o presente da minha mente, não me conseguir recordar disso.
 Vocês os dois foram a minha heroína. Destruíram-me por dentro de forma inexplicável. A idade era tenra, mas o coração já ansiava sossego em vocês. Foi convosco também que perdi a esperança. Que a minha insegurança se instalou. Corromperam-me a ingenuidade de tal forma.. No entanto não o suficiente para a eliminar. Foi convosco que sonhei e imaginei. Que me iludi ao ponto de amar. Quando foram meus, se é que o foram, transmitiram-me a maior segurança do mundo. Quando me amaram, ou fingiram, senti o que era ser feliz. Pura e genuinamente. Recordo-vos como a mais dolorosa queda.
 Agora tu. Tu que foste tão diferente. Tu que te destacaste pelo tempo. Foste quem juntou as peças daquele que é o meu puzzle. Elevaste-me tão alto. Tornaste real o que imaginei querer. Em ti não senti dúvidas. Em ti senti o meu coração seguro. Foste tu quem me ensinou a confiar. Foste também tu que degradaste o que construímos com a tua insegurança. Quiseste lutar contra um passado que não te pertencia. Eu não quis, mas perdeste. Foste o único que não me magoou na partida, pelo menos não da forma que esperei que acontecesse. Fui eu que te fiz partir, porque entre nós já estava tudo quebrado. Incluindo eu.
 O que é que têm em comum? Tínhamos tudo para dar. Nunca deu. A minha esperança na felicidade é agora nula. A dor que me causaram não me permite imaginar futuro algum. Arruinaram-me. A minha vida continua a girar à vossa volta e eu não consigo entender como. Talvez não seja a minha vida, mas pelo menos tudo o que aprendi, vivi e recordo do amor e de toda a toxicidade que junto dele permanecem.
 Ilusão. Não me posso permitir voltar a errar contigo. Estou farta de tentar desvendar o que considero ser um tesouro e encontrar um vazio sem sentido. És viciante, mas quando o deixas de ser, ardes mais que tudo. Não me quero esquecer disso. Não vou voltar a acreditar.
 Amor. Estás diferente, eu sei. Fazes-me acreditar que o que fomos, fomos no tempo errado. Sei também que a ti jamais voltarei, estás resolvido. Já te consigo ver sem voltar à escala zero.
 Insegurança. Erraste. Tantas vezes. Pode parecer egoísta, mas foram os teus erros que nos quebraram. Criaste danos irreparáveis. O esforço que adveio de nada serviu. Por essa mesma razão libertei-te.


Que a ilusão se desvaneça. 
Que o amor não se esgote.
 Que a insegurança seja combatida.
-inêspais.