segunda-feira, 28 de maio de 2018

Estaca zero

 E quando a vida se volta a desmoronar perante ti? Não voltas à estaca zero, mas não muito acima disso também. Desta vez é diferente. Tens alguém, mas não sempre. Agora um sempre seria bem-vindo. Quando não o tens, perdes-te em ti. No teu escuro. No teu vazio. Na tua dor transparente.
 Voltei. A não saber ser quando só. A não saber pensar, ou o que pensar, ou sequer se hei-de pensar. Para todos: tudo bem. Com eles. Quando com eles. Só: tudo muda. Nada faz sentido. Que sentido tem sentir?
 Não escrevia há imenso tempo. Não senti necessidade (e ainda bem). Mas voltei. Voltaste. Voltámos. Resta-me correr junto, deitar para fora quando cá dentro não cabe mais. Acima de tudo: tentar não voltar à estaca zero.

Para mim és eternidade.
-inêspais