A pior batalha é mesmo aquela que luto contra mim mesma. Imparável. Insaciável. Assim como os meus pensamentos e todas as consequências que deles provêm. Quanto mais tempo tenho para mim, mais alimento a escuridão que me preenche. Como parar? Pedes que a ilusão se desvaneça, mas se pensas que as distrações são a solução, estás-te a contradizer a toda a velocidade. Já sabes o que acontece quando crias soluções mentais.
Por um tempo permiti que o meu eu emocional controlasse a minha vida, mas será assim tão egoísta o meu ser racional que sente a necessidade de estar sobre as luzes da ribalta a todo o constante? Sinto-o cada vez mais a romper através de mim. Para além de mim. Onde não o consigo alcançar, consequentemente não tendo o poder para o deter. Mais uma vez entras tu em cena.
O que é que ainda me falta provar? Quanta ingratidão reside dentro de mim que permite que tudo o que se passa na minha mente se esteja a tornar num ciclo sem fim? Porque é que tudo tem de ter uma razão lógica palpável? Contenta-te com o facto de que existes de uma vez por todas! Pára de procurar respostas, talvez assim finalmente as encontres. Procuro respostas para perguntas que desconheço. Há lá paradoxo que me defina melhor.
De novo: alguém. Vem. Retira-me de uma vez por todas todos estes monstros invisíveis que me ofuscam. Cuida de mim quando já nem eu tenho forças para o fazer. Peço, desde já, desculpa por estar a apelar à raiz da tua paciência e dedicação sem sequer te conhecer. Sinto falta de ti. Sinto falta de te conhecer. Sinto falta de saberes quem és. Cura-me. És a minha última esperança.
Talvez não tenha sentido, mas é o suficiente para me manter sã.
Desliga. Perde a noção linear do tempo. Talvez assim alcances a rendição.
-inêspais.