sexta-feira, 2 de junho de 2017

with me.

 O que é que tu queres? Talvez não queiras nada. Talvez seja isso que me magoa: a facilidade com que não queres nada e ao mesmo me pareces demonstrar que queres. És tão distante, e quando te aproximas, sinto-te por completo. Agora só te afastaste. Não tinha pensado bem no que me faria a tua distância, mas agora que a tenho, corrói-me todo o ser.
Por favor, não me perguntes o mesmo sobre ti, que nem eu sei de mim. Não sei porque me magoas, não sei se te quero. Não sei. Só. Somente também te peço que me sintas, que eu não seja um mero peão na tua vida. Confundes-me tanto, e sinceramente, penso que a razão seja porque também tu estás confuso com a vida.
 A tua revolta magoa-me. A tua raiva também. Ler sinais e ter de me desprender deles de seguida talvez seja o que me arde mais. Mas nada disto importa, porque eu não sei o que quero. Como é que eu te posso pedir para acompanhares a minha montanha-russa? Mesmo que conseguisses, agora nunca poderia acontecer.
 Setembro. Tanto até lá. Tanto depois dele. Só não me mates. Não aguento outra morte.

 
 E a vida volta a resumir-se a pedidos e questões. Nunca pedi que fosses um deles.

-inêspais.